Durante a pandemia, volta-se a falar sobre transtornos mentais. Parte da população estaria seriamente afetada. A pressão financeira, o isolamento prolongado, o desemprego, as notícias alarmantes, tudo isso estaria contribuindo para agravar o quadro.
No governo do Piauí, por exemplo, há muito tempo não se fala sobre isso. Hoje o assunto retoma destaque nos releases produzidos pela CCOM (Coordenadoria de Comunicação) e enviados às redações nesta quarta-feira.
Um deles: "O Centro Integrado de Atenção ao Servidor (Ciaspi), vinculado à Secretaria de Administração e Previdência (SeadPrev), está oferecendo atendimento psicológico gratuito a servidores estaduais que estejam precisando cuidar da sua saúde emocional."
Olhando assim, parece até que o governo se preocupa. O caso é que se trata apenas de uma propaganda, como se a preocupação fosse real e não apenas como consequência da divulgação excessiva em torno de acontecimento recente.
Em todo caso, segue a forma de contato: "As pessoas que tiverem interesse no serviço deverão entrar em contato com o Ciaspi, no turno da manhã, nos telefones (86) 99402-2379 e (86) 99404-4164. O atendimento é feito de forma virtual, por meio de videochamada."
Ocorre que foi nos governos do PT que se iniciou a redução dos recursos para o setor psiquiátrico e de atendimento psicológico. No Piauí, tivemos o fechamento do Sanatório Meduna, uma das mais especializadas do estado nesse tipo de atendimento. Provado está que essa coisa vem de longe.
De acordo com Resolução n° 8, de 14 de agosto de 2019, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos/Conselho Nacional dos Direitos Humanos, em 11 anos o Brasil reduziu em 38,7% os leitos de hospitais psiquiátricos, substituindo-os por modelos comunitários e territoriais e pela criação de CAPS (Centros de Atenção Psicossocial).
Veja parte do documento: "Em 2005, eram 40.942 leitos psiquiátricos e em dezembro de 2016, os registros do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) computavam apenas 25.097 leitos e uma redução do percentual de gastos com a rede hospitalar de 75,24% para 28,91%. Em paralelo, a quantidade de CAPS subiu de 424, em 2005, para 2.500, em 2019. O percentual de gastos extra hospitalares, relacionado ao orçamento destinado a saúde mental, aumentou de 24,76% para 71,09% em investimento financeiro nos equipamentos substitutivos no mesmo período."
É cada vez maior o número de pessoas com aparentes transtornos mentais vagando pela capital, cidades do interior e na margem de rodovias estaduais e federais. Mas o governo tem uma central de atendimento para quem enfrenta esse tipo de problema. Até parece coisa séria. (TR)
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